terça-feira, 9 de março de 2010

O triunfo do Porcos (Será?)


Lembro de um sujeito que contava todo prosa que ao chegar em casa de madrugada, sempre corria para o computador, entrava nas salas de bate-papo e se jogava a paquerar com qualquer estranha. Nada importante, se a mulher dele não estivesse deitada na cama ao lado. Eu perguntava a ele se ele tinha consciência que, ele, passava só poucas horas no computador, e a mulher dele tinha o dia inteiro para usa-lo.

O mundo sempre foi um misto de falsa moral e repressão. Curiosamente são os mais "espertos" que sempre tendem a ter maior domínio sobre as regras sociais. Eles impõem o modo de como a sociedade funciona.

Mas sempre vivemos na dura síntese: "Faça o que eu falo, não o que eu faço".

Adoro observar o poder chegando as mãos das pessoas. Pode ser dinheiro, direito de escolha ou elevação social. Essa ultima pode vir de varias maneiras. Desde uma formatura, graduação, promoção no emprego, até um casamento com alguém rico.
Sempre é fácil separar quem é quem nessa hora.

Voltando ao caso do galã dos bate-papos virtuais, é bom deixar claro que ele é um cidadão comum. Comprou um computador para casa, e no mesmo dia já teve a brilhante idéia de arrumar amantes pela internet.

Recentemente li um artigo sobre as coisas que não se apagam na internet. O cientista social lembrava da culpa eterna que uma pessoa carrega depois de deixar algo cair na rede. Não é difícil de lembrar dos famosos nessa hora, como a Paris Hilton, que tem de vídeo porno com o namorado a fotos sem calcinha. Tudo espalhado por milhões (ou bilhões, ou trilhões) de arquivos.

Claro que sempre existiram escândalos e traições em qualquer período da raça humana. Mas agora que estamos sendo mais livres, com mais acesso ao poder, estamos nos jogando em um novo universo, e ele é bem perigoso.

Já comentei aqui sobre um documentário que assisti na GNT que exibe jovens britânicos promovendo orgias via Facebook e Orkut.
Eles usavam a mesma filosofia do marketing moderno, atingir o maior numero de pessoas e colher os resultados. Não importa se algumas das pessoas que forem a "festa" irão se tornar "famosas" na internet tendo videos intimos exibidos, na verdade, no documentário ninguém escondia o rosto. Eis que um dia você pode errar na vida, mas se sua vida cair na internet, você sempre será lembrado, e isso não é exclusividade de famosos.

Dias estranhos esses em que amor, beijo, companheirismo não tem muito valor. (Guarde a palavra "minoria" na mente)

Outro dia em uma reunião de trabalho uma cliente meio que constrangida pediu uma ajuda. Ela estava recebendo e-mails de um colega de trabalho com coisas que não cabiam a uma mulher casada. Na verdade, ela contou com a maior naturalidade, que o marido dela tinha a senha do seu e-mail, e vice-versa. A principio achei muito estranho, e uma invasão a vida pessoal dela e dele. Porém, fiquei pensando sobre o assunto. Até que vi um psicólogo/educador/escritor (que admiro muito mas não lembro o nome) falando sobre senhas de computador, e dizia que os pais devem ter as senhas dos filhos, seja de e-mail, orkut, facebook ou o que for.
Isso bateu na minha cabeça como um debate que deveria ser travado na sociedade o mais rápido possível.

Tudo isso é muito complexo mas é a realidade dos dias de muito poder. E sim, tudo isso é poder.
A cada dia pessoas fazem escolhas erradas, trilham caminhos errados, mas acreditam que não estão fazendo nada demais, já que na TV ou nos sites de fofoca tudo é banalizado.

No domingo passado, almoçando na casa da minha mãe, com sobrinhos que tem menos de 8 anos de idade, vi uma discussão no Faustão sobre a ultima eliminada do Big Brother. O nome da revista Playboy foi citado diversas vezes, e claro que poucos param para pensar que as palavras na TV são pagas. Ver crianças escutando uma mulher fazendo propaganda do seu corpo e quanto ele custa,
e ainda mais, propor uma edição da revista em que ela posaria em parceria com outra ex-BBB.
Eu preferia quando sexo era coisa de adultos.

O mais estranho dessas minhas analises sociais, eu fiz a uns 3 ou 4 anos atrás. Comecei a imaginar quem eu conhecia e estava em uma relação séria a mais de 5 anos. Eu conheço pessoas com mais de 10 anos juntas, até com mais de 20 anos. Mas quando passei a diminuir o "range" para 10 anos ou menos, a coisa complicou. Simplesmente só conheço um único casal que está junto a 7 anos.
Tem mais um ou dois casais que talvez tenham 5 anos fixos.

O curioso é notar, que as parcerias que dão certo, são exatamente aqueles que escolhem viver realmente a dois.
Não são pessoas diferentes das outras, só escolheram ter uma vida reservada, e podar qualquer forma de opção que leve a uma traição.
Não são evangélicos fervorosos, pessoas cheias de pudor, são só pessoas que escolher ter casa, filhos e envelhecer juntos.

Eu sempre fui contra o termo "minorias". As minorias sempre são a maioria, já notou?
O termo minoria sempre foi mal empregado.

Vou continuar defendendo minhas teses polêmicas, algumas:
Funk é música de marginal!
Quem com porcos anda, farelo come!
Amor é uma coisa que existe sim!
A sociedade não tem aproveitado a liberdade!
Mentira tem perna curta, e mentirosos não enganam ninguém! (tá, irão me lembrar do Lula)

Hoje me sinto em uma minoria, mas sei que no fundo maior parte das pessoas são honestas e querem viver bem.
Vou continuar inserido nesse papel de Don Quixote. Pelo menos, Don Quixote é um personagem amado por muitos, mesmo sendo louco e
feio. A Paris Hilton que é descolada e linda, corre o risco de morrer feia e só. E se ela fosse uma brasileira, funkeira e sem dotes financeiros,
certamente morreria mãe solteira, largada em algum canto, mas bradando a bandeira de que teve uma vida feliz e adora viver só.
E tem gente que acredita.

Ah! Lembra do sujeito do inicio? Aquele, galã de bate-papo...
A mulher dele meteu um chifre nele primeiro. Continuaram juntos por um tempo. Ele faliu, ela perdeu as mordomias e foi criar os filhos morando na casa da mãe. Se separaram tempos depois, e são duas pessoas que me dão asco.

Você anda com porcos? Ah, eu tenho asco de você. (dependendo de quem é você, pode ser só dó).

PS: Não resisti ao título quando vi esse blog aqui.
É, George Orwell sabia de tudo.

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