quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Não tenha vergonha de mudar

Nosso povo ainda está vivendo um período de transição, ontem éramos calados pelo regime militar, hoje podemos pelo menos ter opiniões divergentes.
Mas o que chamamos de democracia é algo quase utópico, afinal, além de falar deveríamos ser ouvidos e respeitados em uma real democracia, mas em qualquer lugar do mundo os detentores do poder ainda são os donos das decisões.

Getúlio Dornelles Vargas
(1930 – 1934, 1934 – 1937, 1937 – 1945, 1951 – 1954)
















Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956 – 1961)

Antes do ultimo ciclo militar tivemos 2 presidentes eleitos pelo voto direto, Getúlio Vargas de 1951 a 1954 quando se matou (já havia governado o país três vezes antes), e Juscelino Kubitschek de 1956 a 1960. Durante esses governos o Brasil teve uma explosão de crescimento. Várias empresas estatais nasceram, e muitas outras empresas multinacionais aportaram no país.
Tanto Getúlio como Juscelino tiveram governos tumultuados, inclusive com acusações de corrupção. Como todos sabem, JK fundou Brasília, que além de ter uma arquitetura ultra moderna, era obra de seus amigos Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Getúlio fundou a Petrobras, BNDES, Banco do Nordeste e Banco do Brasil entre outros. JK teve seus direitos políticos cassados em 1964 acusado de corrupção. Getúlio deu fim a própria vida em seu quarto no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.










Vários lideres (1961 – 1978)

1961 - Jânio Quadros, renunciou depois de 8 meses
1961 - João Goulart era vice-presidente e assumiu
1961 - Tancredo Neves assume como Primeiro Ministro, nasce o parlamentarismo.
1961 - Francisco Brochado da Rocha, Primeiro Ministro.
1962 - João Goulart Presidente, Hermes Lima Primeiro Ministro
1963 - João Goulart Presidente, reinstala-se o presidencialismo.
1964 - João Goulart é deposto pela ditadura militar, assume Pascoal Ranieri Mazzilli
1964 - 1966 - Assume Mal. Castelo Branco, eleito Presidente pelo Congresso
1967 - 1968 - Mal. Costa e Silva, eleito indiretamente como Presidente
1969 - 1973 - Gal. Emílio Garrastazu Médici, eleito indiretamente como Presidente
1974 - 1978 - Gal. Ernesto Gaisel

Durante esses 17 anos o Brasil navegou quase sem rumo, e não preciso lembrar que na administração militar “abriu a boca leva chumbo”.


João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979 – 1985)

O Brasil saiu a apenas 20 anos do manto negro da política militar, e devemos muito ao ultimo governante desse período, o presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, ele abriu as portas para os exilados e deu os primeiros passos para que o povo tivesse o direito de escolher seus governantes. Figueiredo ficou famoso por seu temperamento e indelicadezas, porém mesmo com sua envergadura autoritária ele trouxe reais benefícios aos mais pobres mantendo projetos como COBAL e MOBRAL. Seus planos de modernização da agricultura levaram muitos pequenos agricultores à falência, mas foi o passo necessário para o país se tornar um dos lideres mundiais em produção de alimentos.
Figueiredo não era amado pelo povo, mas administrava a pressão dos militares e a insurgência dos guerrilheiros e revoltosos.

Uma das figuras políticas da qual o país nunca irá se esquecer é de Luís Inácio Lula da Silva. Metalúrgico que fundou o PT – Partido dos Trabalhadores, e apoiou a fundação de várias entidades de classes trabalhadoras, que nas décadas de 1970 e 1980 produziram grandes mudanças nas indústrias do sudeste do Brasil.
Como no mundo da política as negociações muitas vezes terminam em negociatas, alguns lideres de sindicatos tiverem um crescimento financeiro muito além do aceitável para sua folha de pagamento. O Partido dos Trabalhadores passou a ser o fiscal do trabalho dos partidos que estavam no poder, e sempre foram radicais, acusando a qualquer um sem provas ou vestígios de crimes eleitorais ou financeiros, mas esse processo de monitoração assegurou que a roubalheira tradicional de Brasília se contivesse ou pelo menos fosse reduzida.


José Sarney de Araújo Costa (1985 – 1990)

Em 1985 assume José Sarney, no lugar de Tancredo Neves que morre doente logo após ser eleito presidente por eleição indireta. Foi um governo bastante conturbado, principalmente para os mais pobres. Também sofre acusações de corrupção.
Ao sair da presidência em 1990, Sarney tinha feito o país passar por vários planos econômicos, moratória e promulgação da Constituição de 1988.












Fernando Collor de Mello
(1990 – 1992)

De 1990 a 1992 tivemos como presidente Fernando Collor de Mello, que ficou famoso no governo de Alagoas ao promover a “Caça aos Marajás”, funcionários públicos de alto salário. Collor concorreu com Lula em 1989, e lançou mão da imprensa para derrotá-lo.

Três casos influenciaram a derrota de Lula no segundo turno:
_ Relato da ex-namorada Mirian Cordeiro acusando Lula de pedir o aborto da filha Lurian.
_ Insinuações que os seqüestradores de Abílio Diniz teriam ligações com o PT.
_ O ultimo debate presidencial ocorrido no Jornal Nacional da Rede Globo.

Assim nasceu a guerra do marketing e populismo. Onde não importam as propostas e sim quem fica mais tempo na mídia para ter seu nome lembrado.

Após o Impeachment de Fernando Collor o Brasil viveu um grande período de conturbação. O mundo havia entrado na era da globalização e os murros do comunismo estavam no chão. Muitos dos países citados como Terceiro Mundo não queriam mais esse titulo.


Itamar Augusto Cautiero Franco (1992 – 1995)

Assume Itamar Franco que fica de 1992 a 1995. Seguindo a saga dos vice-presidentes que assumem o governo de um dos maiores países do planeta, Itamar é tão patético quanto José Sarney. Assume com uma inflação de 1100%, que no ano seguinte chega a 6000%. Após tentar vários ministros da economia, Itamar convoca Fernando Henrique Cardoso, que cria o Plano Real, um projeto tão bem executado que o leva a ser o herdeiro natural da presidência.












Fernando Henrique Cardoso (1995 – 1999, 1999 – 2003)

FHC assume em 1995, criando um plano diretor, e retoma as privatizações iniciadas por Collor. Foi o primeiro presidente a cultuar a administração publica como algo empresarial. Cortou os gastos públicos e abriu o mercado, criou a Lei de Responsabilidade Fiscal, permitiu a terceirização do serviço público, abriu o mercado de telefonia (antes uma linha telefônica custava o mesmo que um carro de segunda mão). Com a estabilidade da economia empresas multinacionais voltaram a investir no Brasil.
Ao sair do cargo em 2003, Fernando Henrique havia privatizado quase todas as grandes empresas estatais, e aberto caminho para as demais. Muitos até hoje são contra essas privatizações, mas deveriam lembrar que vivemos em um mundo capitalista, onde empresas devem gerar lucro para sobreviver. A rivalidade comercial gera preços mais baixos, coisa impossível com uma economia estatizada.

Cada governo tem uma missão em seu determinado período da historia. Fernando Henrique ficou responsável em sanar a burocracia e os resquícios dos péssimos governos de Sarney e Itamar. Como não foi um governo populista, tentou lançar mão de belas imagens e bonitas campanhas de marketing, mas não conseguiu reeleger seu sucessor, José Serra, que perdeu para Luis Inácio Lula da Silva.



Luis Inácio Lula da Silva (2003 – ?)

Em 2003, Lula assume o país. Homem de origem humilde, com pouca instrução e uma vida voltada a luta política, consegue unir maior parte dos partidos e consegue maioria em quaisquer votação na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
Seu primeiro ano de mandato é voltado a reter o medo do mercado internacional em relação ao seu governo. Lula cria vários novos ministérios e nomeia partidários e amigos para diversos cargos de confiança. Promete uma administração voltada ao emprego e ao social, livrando o povo da fome. É exatamente no seu plano “Fome Zero” onde o governo começa a destoar. Pesquisas mostram que a fome no Brasil não é tão grande como se pensava. Nos anos seguintes de governo pequenas obras sociais são realizadas. O governo não produz nenhum novo projeto e adota o mesmo regime monetário do anterior.

Em 2005 o deputado Roberto Jefferson denuncia o Mensalão, esquema de compra de votos organizado pelo PT e homens de confiança de Lula. Após 1 ano só o deputado Roberto Jefferson havia sido cassado. Vários assessores do presidente saíram do governo por estarem envolvidos nesse e em outros escândalos.

O braço-direito de Lula, José Dirceu, foi considerado o “Líder de uma organização criminosa” pelo Procurador Geral da Republica, Antonio Fernando de Souza.
Dirceu tem uma história sombria, de líder estudantil a deputado cassado. Formado em Direito e pós-graduação em Economia pela PUC-SP. Dirceu usava o codinome “Daniel” na União Estadual de Estudantes (UEE), foi deportado para Cuba, onde recebeu treinamento terrorista e mudou a fisionomia com cirurgia plástica. Retornou ao Brasil com o nome de "Carlos Henrique Gouveia de Mello", casou e passou a viver no interior do Paraná, sem nem mesmo sua esposa saber quem ele era. (Me expliquem como um graduado e mestrado pela PUC fala errado? É pobrema companheiro!)

Outro fator negativo do governo Lula é a existência em criar mecanismos de censura a imprensa. Por várias vezes os Petistas tentaram criar um órgão “fiscalizador” para os meios de imprensa, que caso não se adaptassem as regras desse novo órgão teriam seus direitos de uso retomados pelo estado, isso impediria qualquer critica ao governo.

Segundo a revista Veja, os planos do PT seriam de manter Lula por 2 mandatos e em 2010, teríamos José Dirceu como candidato. Esse plano precisava de financiamento, e todos os planos possíveis foram maquinados. Empresas publicas e privadas foram usadas como fonte de recursos.

Além de crimes contra o estado, o PT também se viu envolvido com trafico de drogas e assassinatos. Os meios de comunicação divulgaram assuntos como:
“Dinheiro em caixas de Wisky podem ser de Cuba ou do Tráfico”
“Prefeito Celso Daniel foi assassinado, motivo: negociatas das prefeituras do PT”
“PT Recebe dinheiro da FARC Colombiana”

Falta pouco para o segundo turno das eleições de 2006. Você pode até votar no Lula, mas pense bem. Reflita sobre nossa história recente, nossa breve vida democrática, e como precisamos de uma continuidade. Errar é humano como diz o sábio ditado, mas se todos os presidentes amados como Getúlio ou JK também foram acusados, isso não quer dizer que devemos aceitar a impunidade.
Existem muitas diferenças entre JK, Getúlio e Lula.
JK foi um aventureiro, mas apaixonado pelo povo e pela liberdade. Era inventivo e sonhador, um apaixonado. E daí se ele beneficiou os amigos na construção de Brasília... Hoje temos Brasília. Getúlio foi um marco para a administração pública, ele criou as empresas que fizeram o Brasil entrar na Globalização (A globalização começou nessa época) e hoje Lula usa essas mesmas empresas como cabides de emprego e cofre pessoal.

Não sou fã do PSDB, e não tenho profundo conhecimento de quem é Geraldo Alckmin, mas sei que ele é austero, mão-de-vaca mesmo. Notem nas aparições na imprensa que ele sempre anda em Táxi. Quando governador enxugou os gastos em São Paulo, inclusive doou os 2 helicópteros que eram do governo para a Policia Militar, e ainda diz que irá vender o Aerolula, um avião para Marajá não botar defeito.

Infelizmente Lula tem muitos votos no Nordeste, região que ainda tem baixa escolaridade, e uma forte tendência a educação católica conservadora que reza que o pobre é bonzinho e o rico é do mau. Parece que os nordestinos esquecessem que Lula não é pobre há muito tempo.

Infelizmente em Pernambuco outro nome “suspeito” de falcatruas está no segundo turno, e muitos votam nele por ser neto de Miguel Arraes, que Deus o tenha... Tenha mesmo, melhor lá no céu do que aqui.

Um comentário:

Segunda Pele disse...

Eu sinceramente não sei não viu.
Sabe quando a gente não sabe mas nem o que falar no meio de tanta roubalheira?
Mas uma coisa é certa.
É Alckmin, tem de ser.
Engolir o Lula mais 4 anos. Ah, isso já é pedir demais!!!

Pelo post!!