sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Tudo Acontece em Elizabethtown

Como diabos eu não assisti esse filmes antes? Mais um dos meus filmes jogados ao preconceito. Achava que seria só mais um filminho sessão da tarde. Que nada, é pura poesia existencialista. Entrou na minha lista de filmes carregados de grandes frases, grandes falas e roteiro fodástico.

A uns anos eu metia o pau nos EUA acusando aquele pobre país de não ter cultura. Isso era um absurdo, já que quando era adolescente eu chorava de raiva por não ter nascido negro e com voz rouca para cantar blues. A trilha sonora e os personagens sulistas americanos são tão humanos que dá vontade de virar caipira (sem rodeios e música sertaneja é claro), essa é a verdadeira cultura americana, vem tudo dos caipiras e negros. O filmes mostra o desenrolar de uma aventura capitalista, dessas coisas ridículas que viram febre mundial. Só que no filme, o produto que é um tênis idiota, se torna um fracasso de 1 bilhão de dólares, e esse peso cai nas costas do seu criador. Imagine um apanhado de todas as teorias freudianas e junguianas e coloque todas na mesma película, some a isso o charme brejeiro da Kirsten Dunst (A mulher do homem aranha), uma hilária interpretação da viúva Susan Sarandon, e o escárnio sarcástico do Alec Bawdwin... O Orlando Bloom é gay, mas as meninas irão gostar :)
É um filme leve e solto, doce e divertido, mas com alma.

Essas coisas humanistas/existencialistas me lembram um marco na minha vida... As propagandas do cigarro FREE. A mais antiga é de uma fadinha que navega nas costas de um peixe dourado gigante. Outra era um grupo de jovens que caminham aos pulos de felicidade no meio de uma paisagem de fim de tarde, ao fundo um rio (ou lagoa) e vários tocos dentro d’água... Pura arte.

Até pouco tempo eu não sabia descrever esse sentimento, que era fácil associar a FREE, ou a palavra Freedom, que para os americanos tem um sentido diferente, é algo muito maior que sua tradução... Uma música me lembra esse sentimento é “I’m Free” do Soup Dragons, mas a galera traduziu isso em uma comunidade do Orkut: Espírito Livre. A trilha desse filme merece ser estudada por anos... Tem de Nancy Wilson a Lynyrd Skynyrd, e outra pá de jecas cantarolando blues e countries de fazer qualquer um pular e bater as botas no chão, eita!

Soup Dragons - "I'm Free"


Estou tão envolvido com o espírito natalino que não vou falar da desistência da greve de fome do Bispo Dom Luiz Flávio Cappio. Jurava que teríamos um mártir para penar nas costas do Lula, mas a única coisa que isso gerou foi mais força para o presidente.O mais curioso foi ver ele (o mula) falando tão confiante... Como se soubesse que o bispo iria bater no tatame. Outra coisa que eu queria saber é onde Lula arrumou 12 milhões de Nordestinos beneficiados pela transposição. No Maximo essa empreitada vai deixar uns 10 barões mais ricos e teremos mais plantações de uva para vinho granfino. Parece que todo nordestino é idiota mesmo, ou é o povo mais cego do mundo, e olha que é um deles que escreve.

4 comentários:

kimikkal disse...

"sou caipira, pira, pira nossa...sinhora de aparecida..."

:)

O que diz o brasileiro médio da enorme jazida de petróleo que encontraram ao largo do Brasil?

Chantinon disse...

Encontraram foi?

Anônimo disse...

hehehehehe, quando eu falei para um amigo (que se diz cinéfilo oO), ele riu e disse "não tinha coisa melhor pra ver não?"

Realmente, esse filme tende a cair no preconceito que guardamos dalguns filmes americanos...

Ah, e subscrevo o que escrevesse sobre a cultura - caipira - americana...

Sobre Dom Luís Cappio... daqui a dois anos ele volta à cena novamente, com nova greve de fome. Esse parece que sente mais falta dos holofotes que a banda RPM...

Chantinon disse...

Leon,
Como não conheço o Cappio pessoalmente, não sei se é busca por holofote não.
Sei que foi o único até agora a tentar chamar atenção algo tão sério. Lula vai embora daqui a 3 anos, vai deixar um desastre ambiental e uma praça com nome da mãe dele. A praça muda de nome com o próximo prefeito, mas e o rio?