terça-feira, 30 de setembro de 2008

Onde os Fracos Não Tem Vez


Será que algum dos leitores (que são poucos) desse blog já assinou a news do TED?
O TED é a melhor idéia que vi nascer dos anos 80 para cá. Muitos irão falar que ficar só contando historias não mudará o mundo. Discordo!

Nosso mundo nunca irá melhorar enquanto não distribuirmos educação. A fome é algo triste, a saúde pública é um horror, a violência e tudo que é comum no mundo hoje (tirando o iPhone).
2/3 da população mundial não tem acesso a informação, não tem água tratada e esgoto, e outro 1/3 é formada por personagens como os Simpsons (Principalmente o Homer).

TED = Technology, Entertainment, Design
Na verdade, o TED é a união de um grupo de conferencistas, dispostos a fazer o impossível, mudar o mundo. São pessoas dos mais diversos ramos, que contam suas experiências, pesquisas e até games e músicas. Infelizmente (muito infelizmente mesmo), ninguém ainda resolveu transformar o TED em programa de TV ou via internet, com tradução para todas as línguas do planeta, mas tenho certeza que isso irá acontecer.

Já postei aqui a palestra da Dr. Jill Bolte Taylor, que até consegui achar traduzida no Youtube, mas sendo sincero, mesmo com meu inglês ruim, é melhor na língua original dela.
Acredito que essa será eleita a melhor palestra do ano.
Se você é humanista, gosta de tentar entender o psique do ser maravilhoso e estúpido que somos nos, prepare o coração. Essa é a melhor apresentação que já vi em toda minha vida (e olha que vi muitas).

Recentemente vi outro debate que me deixou fascinado. O Dr. Philip Zimbardo, autor de um experimento controverso, colocou 23 alunos da Stanford nos papeis de prisioneiros e guardas de uma prisão. O experimento (psicossocial) deveria durar 2 semanas, mas teve que ser interrompido devido ao ciclo de violência e perturbação mental que os envolvidos começaram a demonstrar. O Dr. Zimbardo se tornou especialista sobre a prisão de Abu Ghraib, onde os soldados americanos que aparentemente erram exemplares, torturaram e mataram prisioneiros. Ele é autor do livro “The Lucifer Effect” que irá virar filme, onde conta o "The Stanford Prison Experiment”.

Na palestra ele descreve como é providencial colocar a culpa no pobre do diabo. Sempre cai nas costa de Lucifer.
Você pode ver a palestra logo abaixo:




Onde os Fracos Não Tem Vez
É o melhor filme que vi esse ano até agora. Vai continuar sendo porque só irei assistir WALL-E quando chegar nas locadoras, e sei que meu lado humanista-baitola-emo vai se lascar todinho.
Ai você vai se perguntar:
O que diabos tem haver um filme de animação de um robozinho com um de psicopata?

Bem, debati com poucas pessoas sobre esse filme (Onde os Francos Não Tem Vez), mas na totalidade delas, o filme é sobre psicopata, como Seven. Mas eu digo, não é não!

O maluco do filme, um clone do beiçola (de A Grande Família), é na verdade um figurante. As pessoas se focam nele, na sua frieza e falta de respeito as regras sociais. Tá bem, e você esperava o que de um psicopata?
Reveja o filme, preste atenção nos diálogos, principalmente quando o xerife fala.



Esse filme me vez ver mais ainda o quanto todos estão dormentes, drogados e fascinados pelas lojas e vitrines de tudo aquilo que é desnecessário para uma vida feliz. Claro, eu ficaria feliz com um iPhone de 16GB, mas quanto tempo duraria minha furtiva felicidade? 1 semana até surgir um modelo que acende uma luz a mais ou cabem mais 200 mp3?

O filme é extremamente comovendo se você observar a coisa de dentro. Como a frieza tomou conta de tudo e de todos. Pessoas não ligam mais se alguém está morrendo na sua frente, só ficam estagnadas, mas se existe a oportunidade de tirar lucro do moribundo, ótimo.
No filme ainda existe o amor, a fidelidade, a honra, e ficou tudo isso para uma única personagem, a mulher do personagem que foge com a mala de dinheiro. Mesmo diante da morte, ela prefere a honra, a fé, a crença que no mundo as pessoas podem fazer a escolha sabia, e ela paga um preço alto por sua inocência.

Esse filme está passando ai na sua rua, na sua casa, cidade, no mundo.
Se você viu a palestra do Dr. Zimbardo e esse filme, deve está se perguntando: Quem é o diabo dessa historia?


A massa não é massa
Quando vejo que 100% das pessoas tem um celular (muitas tem mais de um), e adoram ter fotos e vídeos em seus aparelhos, é fácil entender porque os programas lideres de audiência na TV exibem pessoas mortas e mortas vivas (BBB).

Sempre sou convidado a ver vídeos de sacanagem, motoqueiros esquartejados, aberrações e afins. Claro, essas pessoas sabem que não gosto (tá sacanagem eu gosto, mas tenho um gosto mais requintado), fazem como provocação, mas em qualquer reunião de bar ou dominó, os participantes carregam celulares poderosos e cheios de tudo que é perversão e imagens ojerizantes. (Eu queria entender como tem tanto pobre com celulares de mais de R$ 1 mil).

Recentemente aconteceu um atropelamento aqui próximo. Duas meninas terminaram em baixo de uma carreta.
Sabem o que aconteceu?
O caminhão foi saqueado, as “pessoas” (desculpem, mas existe uma grande parte da população que precisa ser tratada até merecer receber o titulo de pessoa/gente, são bichos) não estavam preocupadas com o sangue e pedaços humanos espalhados, queriam a carga de leite. Muitos saqueadores aproveitaram o tumulto para se fotografarem diante do corpo caído.

Poderia comentar que essas “pessoas” são eleitores contumazes do Lula e do candidato a prefeitura do Recife, que mesmo impugnado continua em campanha, com direito a propaganda na TV onde cria uma grande fantasia de marketing alegando que tudo que o ministério público e policia federal desbarataram é farsa.

Vivemos uma grande farsa sim, mas ela é feita pelas imagens da TV, pelas propagandas da Petrobras, Caixa Econômica e toda essa engrenagem. Eu poderia comentar e comentei! Agora que se danem os 80% de popularidade de Lula. Esses são so Homers, os manés, parte alienados e tem os piores, os responsaveis pela alienação. É nessas horas que eu queria acreditar em céu e inferno, e imaginar essas figuras levando espetadas no fiofó até o fim dos tempos, estocadas diretamente pelo cramulhão (Já pensou meu amigo, que cena dantesca - Lula levando na bunda do proprio capeta, eita!)


A destruição cíclica do mundo
Não é de hoje que exploramos o planeta. Somos formigas, passamos os dias caminhando a procura de comida, e por algum motivo não percebemos que já não resta mais o que devorar. Assim, partimos para novos potes de açúcar, novas fontes, novas terras, sempre a procura de mais.
No passado as estradas de ferro e o progresso causaram boa parte das mortes. Eram doenças desconhecidas que chegavam pela falta de higiene ou por picadas de insetos. Mas como sempre existia alguém lucrando, e muitos dispostos a dar a vida por um emprego, isso nunca deixou de existir. Conseguimos tratar boa parte das doenças.
Ai vieram as grandes guerras, e elas trouxeram mais doenças e mortes.

É como se um ciclo de renovação fosse necessário para o planeta. Algo místico e matemático que fizesse a praga da expansão humana se encolher.

Mas AIDS, febres aviárias, doenças da vaca louca, tuberculose (sim, estamos tendo um ciclo disso) e outras doenças não tem feito resultado.

Quando acontecerá o próximo grande ciclo mundial? Será uma doença sem cura vinda da natureza como no filme “Fim dos Tempos”?
Ou mulheres não mais ficarão grávidas como em “Filhos da Esperança”?

Existem documentários muito mais realísticos sobre o fim do mundo. Iremos em um curto prazo de tempo brigar por água, petróleo e comida.

E se você acha que sou maluco, que jamais iremos ter esses problemas, vou aconselhar algumas leituras, e note que esses fatos sempre se repetem, e os últimos não fazem tanto tempo:

A Grande Fome Chinesa (1958-1961)

Holodomor – A grande fome da Ucrânia (1932-1933)

Acidente Nuclear de Chernobyl

E um exemplo de como nem você e eu percebemos que somos cobaias.
O leite que você bebe vem de vacas que sofreram modificações por décadas. Vacinas contra tudo que é doença, carrapato, fungos e melhora genética.
Lembra que seu avó diz que tomava leite direto do peito da vaca? Vai tomar hoje :) (ande com o papel higiênico).

Ah! Na época do acidente de Chernobyl o Brasil importou muitos navios de leite da Europa, a um preço absurdamente baixo. Era muita gente feliz por provar leite Holandês, uma delicia.
Quantas crianças nasceram com olho na testa depois eu não sei.

Beba leite uma visão comercial da coisa

Não beba leite uma visão radical da coisa


Stop Global Warming
A empresa brasileira Seagullsfly fez um trabalho maravilhoso para a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, de Portugal.
O vídeo em animação 3D mostra realmente o fim. A imagem tem a granulação de uma película de cinema, como já muito desgastada, acredito que a idéia é que o espectador deva se sentir naquele ambiente, vendo o fim e participando dele.

Achei o vídeo é maravilhoso, e pode ser que mais alguém ache, então tá ai:



Se quiser ver em uma resolução melhor, pode baixar aqui:


9 comentários:

Sandrinha disse...

Hmm... eu ainda não assisti ao filme.

Quanto a destruição cíclica e o aquecimento global: concordo com a destruição cíclica, mas o aquecimento global é um assunto que precisaria ser discutido mais a fundo.

Prefiro pensar na possibilidade de Arrefecimento (ou Esfriamento) Global.

Ai, ai... indecisões monográficas! rs

Chantinon disse...

Hahaha!

Gostei Sandrinha!
Também já vi/li algumas coisas sobre o arrefecimento e a mudança da temperatura das correntes marinhas. Isso é dezenas de vezes mais perigoso que o aquecimento por poluição. Acho que ano que vem sai um relatório, que se for comprovado, em míseros 10 anos, estaremos todos fudidos!
10 ANOS!!!!

Sunflower disse...

Veja Sangue Negro, está nas locadoras. Daniel Day-Lewis tem toda a violência que me falta.

beijas

Márcio Daniel Ramos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcio Daniel Ramos disse...

já falei no meu blog sobre o fim dos tempos, e dificilmente iremos sobreviver a este século. sobre o vídeo, eu só não gotei dos suicídios...

muito obrigado pela sua visita no meu blog, e obrigado pelos comentários, algumas de suas críticas foram bastante construtivas. gostária de ti dar alguns esclarecimentos, sobre duas delas:

sobre a imprensa:
Não sou eleitor de Lula. Nos últimos dias publiquei até dois terços com críticas a ele. Não concordo com grupos de extermínio. Não disse que o homossexualismo é uma doença psicológica, mais um fenômeno psicosocial (nota a diferença?). Você leu apenas uma parte, talvez se tivesse lido tudo entenderia melhor.
Eu adoraria procurar os artigos científicos que você me solicitou, só que eu faço dois cursos superiores simultaneamente (história e Ciências Sociais), mais na internet deve ter algo...
As opiniões no meu texto são minhas, não do Observatório de Imprensa. Em geral, eu acho que eu expliquei bem minhas opiniões.

sobre a Europa:
eu fui bastante conciso em minha colocação, ou seja, não embasei muito bem a informação. Mais diante da sua crítica vou alterar um pouco aquele texto. Não disse que a Europa é em sua totalidade ateia, mais que as religiões estão perdendo força para o agnosticismo, este está crescendo mais que o islamismo naquele continete. E na Itália, o Papa um dia destes foi hostilizado por estudantes numa visita que fez à faculdade La Sapienza, em Roma. Motivo? Parte dos estudantes era ateia ou agnóstica, ou seja na sede do Vaticano o catolicismo esta perdendo força, apesar de ainda ter “muita gordura pra gastar”. A China é considerada um país ateu porque a maioria das religiões é clandestina. Já ouvi pessoas que foram lá e falaram das igrejas ilegais.
Sim, e eu penso sim, todo mundo pensa, isto é uma característica comum dos seres humanos, essencial para se escrever qualquer coisa, inclusive, só que as pessoas pensam diferente, e eu posso pensar diferente de você, por exemplo.

sim, e no comentário sobre os Estados Unidos, suas colocações foram brilhantes e complementaram muito bem meu texto...

abraços

Chantinon disse...

Sun,
Eu sou fã numero 1 do Daniel, ele é totalmente perturbado!

Márcio,
Adoro contradições. E é ótimo achar pessoas que curtem um debate limpo onde todos saem ganhando.
Costumo falar que sempre deixo um espaço para mudar minha opiniões, mas gosto de defende-las.

Sunflower disse...

EEEEEEEEEEEEi, assisti um episódio de six feet unde, foi um que o menino de uns 5 anos brincou com uma arma e morreu. Achei muito pesado e não assisti mais. Bom, verdade seja dita, eu não sou muito de - seriados - em si. Esse compromisso de aguardar temporadas. Prefiro filmes. Sem seqüência.

Beijas

kimikkal disse...

Adorei o spot, a primeira vez que o vi na TV deixou-me incomodado e é isso que se pretende, que mexa na consciência das pessoas, todos os dias há formas de vida que se estão a extinguir e ninguém liga, é preciso entrar no universo pessoal de cada um e agitar consciências.

E não é só o aquecimento global que está a alterar o planeta, é o problema da alteração das correntes marítimas e o aumento do nível do mar, tudo ao mesmo tempo!

Todos vamos sentir a diferença, e esta crise financeira parece anunciar tempos ainda mais difíceis.

++ Rodolfo Araújo ++ disse...

Olá, Chantinon. Muito interessante o seu blog e sua abordagem do estudo de Stanford. Escrevi um texto sobre isso e o porquê de as pessoas se tornarem más. Está em http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2008/10/a-marca-da-mald.html
Espero que goste!
Atenciosamente,
Rodolfo.