segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Era uma vez no Brasil



Em um país que os bandidos usam metralhadoras .50mm, não só capaz de derrubar um pobre helicóptero Esquilo, mas perfurar até tanques de guerra ou abater caças aéreos, onde iremos buscar confiança e segurança?
Na justiça brasileira?
Nos políticos?

Para cada ONG que nasce com intuito de realmente ajudar os miseráveis, nascem umas 50 com intuito de roubar e outras 50 para lavar dinheiro que seria para impostos. Esses últimos, são bandas de axé e outra panelada de salafrários que levam meninos que já possuem certo equilibrou para aprender malabarismo ou fazer batucada. Você conhece alguma multinacional (ou micro empresa de fundo de quintal) que o RH está pedindo no currículo uma especialização em malabarismo?

Essa semana tive tempo para ver alguns filmes.

Um deles é nacional, e como não sou nacionalista e não dou merito a uma porcaria só por ser verde e amarelo, eu realmente gostei de "Era uma vez..."

O filme toca em um ponto que eu sempre me interrogo: Como no Rio de Janeiro a miséria convive tão próxima a riqueza e essa coexistência é tão pacífica?

Particularmente eu adoro o povo carioca. Quando mais humilde, mais gente fina é o carioca. Conheci alguns pilantras é claro, mas curiosamente eram grandes figurões engravatados.

Acho que o carioca é o molde do que é o povo brasileiro. Um povo hospitaleiro, festeiro e engraçado. Pena que essas qualidades parecem ter nascido da fraqueza, do jeito humilhante de baixar a cabeça para o senhor de engenho. Somos assim, um misto de humildade e fraqueza.

Da fraqueza nasceu a corrupção e o "jeitinho brasileiro". Somos únicos no mundo. Vivemos iludidos com o amanhã, esperando que ele chegue melhor, mas não fazemos muito para construir isso.

Lembrei do maravilhoso "Era uma vez na América", onde os bandidos se tornam bandidos graças ao meio (Aqui já nascemos na marginalidade). Políticos e policiais estão na lista de pagamento dos mafiosos. Os filmes do Sergio Leone trazem a tona algo estarrecedor, nenhum personagem é herói, muito pelo contrário, ninguém presta.

Será que o Leone lia Nietzsche?
Ou será que um meio totalmente corrupto é como um tumor maligno?

Ando pelas ruas e vejo muito de perto o que o mundo vem se tornando. E infelizmente, a tecnologia só está acelerando o processo de alienação.

As empresa de bebidas alcoólicas no Brasil crescem a um ritmo mais acelerado que o mercado chinês. Vi outro dia que o número de mulheres que bebem sobe 50% ao ano.

Pasmem, jovens e intelectuais (como o Fernando Henrique Cardoso) fazem coro para a liberação da maconha... E senhores, não estamos na Holanda, estamos no Brasil.

Um pais que tem surtos de dengue, febre amarela, epidemia de carrapatos (ninguém fala sobre isso), e vamos sediar uma Olimpíada e Copa do Mundo...

A sensatez era algo que para mim existia, mas vejo que todos estão corrompidos. Seja pelo dinheiro, pelo populismo ou por pura alienação.

Pelo menos em "Era uma vez na América" toda a cambada morre no final. Será que seremos 190 milhões de "Maximillian Bercouicz" ou todos somos "David Aaronson" dopados pelo ópio?

4 comentários:

Dany Darko disse...

Pior é o clima de "ta tudo lindo" depois dessa historia de sediar copa do mundo de futebol e olimpiadas. Panis et circenses é o que resta...

kimikkal disse...

Ya, pão e circo. Tivemos isso em Portugal com o Europeu de Futebol de 2004.

Por um mês de festa tivemos depois anos com impostos para pagar esse luxo.

Talita A. disse...

Tenho medo de ouvir 'Tá ruim, mas tá bom'.

Chantinon disse...

Tá ruim, mas tá ruim mesmo!