Nos últimos meses cai em alguns sites que tratavam sobre um assunto que me interessava bastante. Os autores dos blogs citavam artigos científicos que explicavam como o ser humano vai ficando mais "conservador" com o passar do tempo.
Particularmente gosto de me policiar, e ver se realmente estou ficando mais "quadrado".
Isso para qualquer pessoa pode ser até simples, mas para mim é um grande desafio: Eu já nasci quadrado.
Redondo é aquela cerveja. Aquela que exibe seus consumidores como pessoas alienadas e inseridas em um mundo onde tudo é festa e alegria.
Mas como pode um cara quadradão desde nascença ter frequentado lugares cheio de jovens bêbados, muito barulho, cabeludos, boêmios, tatuados, etc?
Na adolescência brigava com os amigos para que eles não usassem loló e nas festas fazia de tudo para que a paz reinasse, mesmo que também estivesse carregando todos os hormônios da juventude. É, quadrado.
Engraçado é que teoricamente eu não poderia ser considerado quadrado por motivos diversos: Já fui cabeludo, já vivi muitas noites de festas, andando com amigos que não eram amigos, conhecendo gente estranha com jeito esquisito. Vendo dezenas de filmes cabeça onde drogas e sexo sujo são coisas semelhantes a pedir 200 gramas de queijo na padaria. Porém, cresci em um ambiente onde escutava algumas frase populares:
"Ande com quem é melhor que você"
"Quem com porcos anda, farelo come"
"Seja honesto, isso é uma virtude"
"Mentira tem perna curta"
Resumindo, tive pais. Um circulo de pessoas que me mostravam a vida como algo pragmático: Faça o certo.
Mesmo assim, como todo jovem cometi erros. E realmente foram erros que eu vejo hoje que colocavam minha vida em perigo. Estou falando em dirigir em alta velocidade.
Mesmo relembrando algumas noites que vi o mundo girando pelo efeito do álcool, eu e as pessoas que convivem comigo, podemos afirmar, que eu não gosto de bebedeiras, não gosto de festas do cabide e drogas é algo que pertence a uma clientela que sempre me mantive longe, e logo abaixo falarei deles.
Resumindo... Algumas loucuras, mas sempre tudo com ponderação, um típico quadrado.
Voltando as pesquisas sobre o comportamento "quadradístico", os autores e suas pesquisas revelam que um adulto tem a tendência de ser mais conservador. Mesmo aqueles que eram liberais quando mais jovens, terminam seus dias verdadeiros ditadores.
A violência só cresce. É o preço pela liberdade?
Eu realmente acredito nessas pesquisas. Deixa eu me expor como cobaia. Lá vai...
Padre também apanha
Quando eu era pequeno lá em Sitio Novo (eu sempre quis usar essa frase), com míseros 7 anos de idade, vi a única cena de violência e truculência imposta pela policia em toda a minha vida até a adolescência. Dai pra frente, tudo virou de cabeça para baixo.
Dois sujeitos brigaram com um policial e bateram no homem sem farda. Estamos falando do final dos anos 1970, isso quer dizer tempos de governo militar. Estava com minha família na casa dos meus avós como era de costume aos domingos.
Ao voltarmos para casa no Fusca verde, vimos a Avenida Agamenon Magalhães tomada por carros da polícia (Fuscas) em toda velocidade (Fusca? 60km/h?) na mesma direção da nossa residência. Contando os Fuscas e as Veraneios, eram mais de 50 carros.
Quando meu pai parou na frente da nossa casa, havia um carro da policia (fusca) sendo vigiado por 3 soldados. Era possível ver 2 homens jogados no banco de trás, um por sobre o outro. E no banco de passageiros na frente, um padre.
O padre tentou intervir e evitar que os policiais dessem uma surra nos dois homens. Em resumo, o padre por ter se metido em assuntos de relevância policial/militar, também levou uma sova.
Curiosamente nunca esqueci essa cena. Mas era menos forte que a menina vietnamita queimada por napalm. Como criança, mas muito precoce para aquela idade, acreditava que os sujeitos ali espancados eram bandidos, e inocentemente acreditava que como nos filmes de Tarzan (em preto e branco) ou qualquer um outro da minha infância, bandido tinha mais é que se fud**.
Só quem tem 40 anos ou mais, sabe a grande baboseira que é esse choramingado por liberdade e critica ao governo militar.
Até metade dos anos 80, o povo vivia de fofocas esperando uma revolução que tomasse o poder no Brasil. Uma verdadeira piada.
O estado militar implantado no Brasil que durou do final dos anos 60 até o Diretas Já, onde um presidente eleito, Tancredo Neves, ganhou mais não levou, e até hoje o povo não sabe se ele morreu ou morreram ele.
Os militares não eram bonzinhos. Batiam em teatrologos, artistas, gays (redundância?), e em donas de casas que jogavam bombas em bancos. Mas perai... Quem joga bomba em banco é gente boa?
Claro que não sou a favor de ditaduras, claro que não sou a favor da violência. Mas deixa eu continuar tentando explicar porque eu concordo que envelhecendo ficamos conservadores.
Droga é coisa de otário
Sacou que eu vi um padre cheio de sangue na cara e não tive peninha nenhuma? Isso aos 7 anos.
Pois bem... Aos 17 anos, outra cena que marcou fortemente minha vida:
Trabalhava em um bar/restaurante em frente a dois grandes colégios católicos. Um deles administrado por freiras o outro por padres. Eis que com o restaurante ainda fechado um homem cruza a rua e invade o ambiente. Completamente descontrolado, o senhor balançava a cabeça olhando para baixo e praticamente colidiu em mim. Passou a chorar como um bêbe de 10 meses, com as mãos apoiadas em meus ombros. Tentei acalma-lo mas ele não falava nada audível. Até que um grito primal saiu que dentro de suas entranhas: "Meu filho morreu!"
Aos prantos e já sentado (a força) o homem narra a história enquando adolescentes fardados entravam no restaurante e se posicionavam diante do homem de meia idade que em minutos estava cercado por dezenas de jovens que também choravam.
O filho dele tinha 13 anos. Famoso na escola por ser um excelente nadador e jogador de futebol. O garoto, boy, cercado de amigos e uma família com dinheiro suficiente para bancar uma das escolas mais caras, aceitou experimentar cocaína, se empolgou tanto que cheirou tudo que podia. Morreu se debatendo atrás das grades da sua bela escola. Dizem que não levou mais que 2 minutos para que seu coração parasse e sua língua ficasse exposta junto com sua bába.
Novamente eu me enchia de frieza. Perguntava-me como um cara podia ser tão otário. Eu ali, me matando de trabalhar para comprar revistas especializadas em construção e arquitetura, lutando para fazer uma terrível escola técnica, e o cara com tudo nas mãos, joga fora. Só sentia pena do pai do rapaz. Foi a primeira vez que eu senti o que é uma dor insuportável.
A outra cena que me fez continuar me tornando cada vez mais radical conservador, eu não precisei ver. Li nos jornais e escutei nas rádios. Em Recife mulheres estavam sendo estupradas em ónibus. Não, não eram aqueles ónibus que circulam nas madrugadas. Mulheres foram estupradas a luz do dia, com veículos lotados de passageiros.
Minha atitude? Mudei de cidade, aquilo era o limite para mim. Eu simplesmente passei um dia sem conseguir falar depois que li com todas as letras que: “Uma mulher foi estuprada em um coletivo na frente de dezenas de pessoas”.
Calma, agora o mais surpreendente.
Na minha adolescência até boa parte da fase adulta eu era defensor dos direitos humanos. Acreditava em um mundo melhor, onde as pessoas seriam amigas e ajudariam umas as outras. Acreditava na recuperação de pessoas, que mesmo com tudo contra, poderiam largar suas vidas bandidas e escolher um caminho melhor.Mas eu mudei. Radicalmente.
Atleta do crime
Hoje, dia 7 de julho de 2010, sentado na sala vendo ao noticiário da Rede Globo, escuto o casal Willian Bonner e Fátima Bernardes narrando a prisão do goleiro do Flamengo, Bruno Souza.
A alguns dias quando ouvi pela primeira vez a noticia desse caso, fiquei me perguntando: “Como diabos um sujeito com tantas acusações, mentindo de uma forma tão veemente que uma criança de 5 anos o chamaria de BANDIDO sem pensar muito. Como senhores, como esse MARGINAL tem direito a liberdade, emprego e dinheiro? Como? me digam... Como?
De 10 anos pra cá ninguém mais é BANDIDO, é suspeito.
Deixa eu tentar continuar... Não estou brincando... Fazem 4 horas que vi o Jornal Nacional e ainda estou fumaçando de raiva.
A reportagem segue contando a atuação dos COMPARSAS do Bruno:
O menor de idade junto com o MARGINAL de vulgo "Macarrão" transportaram a amante do goleiro e o bêbe (filho do goleiro BANDIDO). Ela, ameaçada por uma arma de fogo, reagiu e atacou o menor. A arma estava sem balas, e o menor atacou a mulher com coronhadas na cabeça.
A narrativa macabra continua... Lembrem-se, uma pequena criança estava dentro desse carro...Vendo a mãe ser morta.
Os BANDIDOS confessaram que a mulher não morreu com os golpes na cabeça, e foi levada para a casa de mais um COMPARSA. Lá, a mulher foi estrangulada...
Vamos retroceder um pouco. Todo esse escândalo começou porque a jovem Eliza Samudio,provavelmente uma "maria chuteira", sonhando em conseguir pelo menos uma casa e uma bela vida sem trabalhar ad eternum, engravidou do jogador do Flamengo.
Ele, amigão de BANDIDOS, resolveu "dar um jeito", e junto com seu COMPARSA forçou a Eliza a tomar uma substância que segundo ela mesma, não sabia do que se tratava. Como eles não conseguiram realizar o aborto, a criança veio ao mundo.
A mesma Eliza denunciou o caso a policia e contou a historia a uma pequena emissora de TV. O exame de seu sangue para constatar o uso de substancia abortivo só saiu 8 meses depois. Como isso não ficou claro, acresito que o exame saiu MUITO RÁPIDO após o desaparecimento da moça. Senhores, 8 meses... 8 MESES.
Talvez o goleiro tenha amigos na policia, afinal, todos sabemos que POLÍCIA, JUSTIÇA e POLÍTICA andam de mãos dadas com o crime no Brasil.
Voltando...
E essa mulher, hoje MORTA, continuou mantendo contato com seu PARCEIRO... Lembra lá no inicio, aquelas frases populares que mamãe e papai usavam de mantra o dia inteiro?
“Amigo de bandido é bandido, tudo farinha do mesmo saco”.
Finalmente, depois de apanhar porque ficou grávida. Sofrer uma tentativa de aborto via drogas, ser ameaçada diversas vezes e mesmo assim continuar atrás do seu sonhado plano de vida... Depois de três coronhas, estrangulada, Eliza não tinha mais vida.
Isso minha amiga, eu estava jantando. E ouvindo uma reportagem que não parecia ter fim. Eis que vem isso:
"O menor informou que viu o momento em que "fulano" jogou a "mão" de Eliza para ser comida pelos Rottwelers"
"O resto do corpo foi concretado"
Se você conseguiu ler até aqui, entenda o cronograma desse circo de horrores. Eu sou amante de filmes trash, Gore mesmo... aqueles com bem sangue... Mas entenda... Aquilo é uma brincadeira, um sarro, uma coisa de contra-cultura, uma coisa de quem não é quadrado.
Mas meus amigos... (queria conseguir para de usar reticências, mas não consigo. Muito nervoso) Durante meses, talvez anos, todos esses personagem poderiam ter feito escolhas melhores. Os banidos poderiam querer só dá um susto na vitima, por isso a arma não tinha balas. Mas não, a barbárie foi seguindo, um fluxo quase que extasiante de um filme de terror, e desses que eu me recuso a assistir. Puro sadismo.
Não... o Jornal Nacional ainda não acabou...
O bêbe, filho de um pai MARGINAL, uma mãe VAGABUNDA, agora MORTA, precisa de um novo lar.
Eis que a criança irá ficar aos cuidados do avô, Luiz carlos Samudio, ACUSADO DE ESTUPRAR UMA MENINA DE 10 ANOS...
Que vejam só, ele diz ser FILHA DELE, de um relacionamento extraconjulgal.
Quem não presta, não presta
Senhores, eu cresci assistindo Tarzan, um filme que hoje em dia é politicamente incorreto, já que o Tarzan MATAVA crocodilos e leões de verdade. Coitado dos bichinhos. Mas eu até superei isso, já que Tarzan sempre salvava vidas, inclusive a de seus inimigos. Talvez por isso na minha infância e adolescência eu acreditasse na recuperação das pessoas.
Sabe o que é mais curioso: A violência e as barbáries sempre existiram. Mas se eu visse um carro da policia, eu dizia, é a lei. Se eu visse um sujeito mal encarado eu dizia, é bandido.
Mas quem é quem hoje em dia?
Graças ao meu lado defensor dos direitos humanos e a favor do progresso capitalista, fui chamado de Neoliberal. Mas eu nunca fui muito fã do Fernando Henrique Cardoso, e depois que ele revelou ser a favor da liberação da maconha, realmente comprovei que não sou liberal, neoliberal ou libertário, eu sou muito conservador, e sabe por que?
Quando eu era criança nunca escutei um tiro. Mesmo que todos os jovens de hoje acreditem que a ditadura militar queimava vivo quem vestisse uma camisa anarquista, nunca vi, com exceção desse caso que contei, policiais batendo em quem não merecia. Não... deixa eu explicar melhor... Esse caso que citei os caras mereciam sim! Inclusive o padre.
Estou querendo dizer, que vi vários exemplos, inclusive, dados pelo meu pai, que adorava comprar brigas com os fardados, como se ele podesse ser a pira de uma revolução. Nunca tocaram em um fio de cabelo dele, mesmo ele provocando muito.
E você ainda jovem que não viveu os anos 70 e 80, acredite, nos viramos conservadores em coisas idiotas, como: Nos policiar com as piadas para não sermos presos como racistas, homófobos, xenófobos, etc
Mas ficamos liberais em DROGAS, CORRUPÇÃO, TRAIÇÃO, ALIENAÇÃO, CONSUMISMO e BANDITISMO. E isso não é ser liberal, é ser libertino.
Existe uma conta fácil de fazer. De 1980 para 2010 são 30 anos. Durante esse período a população das capitais brasileiras TRIPLICOU. Evidentemente a criminalidade sofreria o mesmo índice. Então me expliquem por favor, como eu nunca escutei um unico tiro quando era criança. Mas aos 14 anos fui assaltado e os bandidos me mostraram que eu não deveria gritar "pega ladrão", mandaram bala, e fiquei vivo para contar a historia. Hoje, em Recife, se você anda muito de carro ou mora em bairros pobres, ouvirá tiros pelo menos a cada 48 horas e com uma visão treinada, verá assaltos com antecedência. A marginalidade cresce exponencialmente, por "coincidência", como os meios de comunicação.
No tempo que a policia batia até em padre, bandido não aparecia na TV para dar entrevista e ficar rindo, gerando animo para novos criminosos.
Passei a concorda com uma frase que um dia já foi popular:
"Bandido bom é bandido morto"
Mas hoje em dia, parece que ser amigo de bandido da orgulho. Eu tenho nojo dessa lama que o mundo vem se afundando.
Queria que os filmes do Tarantino fossem só ficção.
Queria NÃO acreditar que durante minha vida, o melhor governo que vi no Brasil foi o de Fernando Collor de Melo. Um louco. E que provavelmente foi o que menos roubou, e mais chutou a bunda gente poderosa. Mas você jovem perdido da era Glee, não vai lembrar disso, e muito menos que o pai de Collor, Arnon Afonso de Fárias Mello, em 1963 em um dia de furia, em pleno senado federal matou o senador José Kairala, na tentativa de atingir Silvestre Péricles, seu inimigo. Arnon e seu filho presidente são loucos sim, mas todos sabiam quem eles eram.
Talvez para você leitor, não! mas para mim, vivemos em um mundo sureal, digno de fantasias do Marques de Sade, pior, fantasias não... REALIDADE!
O pai de Collor, mesmo matando uma pessoa, é previsível, um ser errante como qualquer um.
Já figuras ilustres que aparecem abraçados com traficantes, exibindo uma vida de glamour rodeado de escandalos, merecem não só desaparecer da mídia, merecem SUMIR do mundo.
Um sujeito que possui contatos que o levam a um profissional em DESOVA, com cachorros treinados para comer carne humana, ele não passou a ser BANDIDO semana passada. E se eu a duas semanas com pouca informação já sabia que ele era um CRIMINOSO, porque o Flamengo mantém um sujeito desses em seu quadro de funcionário?
Porque a policia não o prendeu antes?
Porque ele tem o direito de viver uma vida boa?
Pois bem, ADORARIA um regime de administração chinesa nesse momento no Brasil.
Juntava todos os envolvidos nesse caso, com direito até aqueles que estavam apenas próximos. Bastava ter falado pelo celular com qualquer um dos envolvidos. Isso daria umas 50... 100 pessoas.
Em uma transmissão AO VIVO, durante a novela das 20:00h, direto da praça do Palácio do Planalto, um FUZILAMENTO com direito a cena do carrasco indo lá enfiar uma bala na cabeça de cada um para confirmar o fim dessas figuras grotescas.
Particularmente gosto de me policiar, e ver se realmente estou ficando mais "quadrado".
Isso para qualquer pessoa pode ser até simples, mas para mim é um grande desafio: Eu já nasci quadrado.
Redondo é aquela cerveja. Aquela que exibe seus consumidores como pessoas alienadas e inseridas em um mundo onde tudo é festa e alegria.
Mas como pode um cara quadradão desde nascença ter frequentado lugares cheio de jovens bêbados, muito barulho, cabeludos, boêmios, tatuados, etc?
Na adolescência brigava com os amigos para que eles não usassem loló e nas festas fazia de tudo para que a paz reinasse, mesmo que também estivesse carregando todos os hormônios da juventude. É, quadrado.
Engraçado é que teoricamente eu não poderia ser considerado quadrado por motivos diversos: Já fui cabeludo, já vivi muitas noites de festas, andando com amigos que não eram amigos, conhecendo gente estranha com jeito esquisito. Vendo dezenas de filmes cabeça onde drogas e sexo sujo são coisas semelhantes a pedir 200 gramas de queijo na padaria. Porém, cresci em um ambiente onde escutava algumas frase populares:
"Ande com quem é melhor que você"
"Quem com porcos anda, farelo come"
"Seja honesto, isso é uma virtude"
"Mentira tem perna curta"
Resumindo, tive pais. Um circulo de pessoas que me mostravam a vida como algo pragmático: Faça o certo.
Mesmo assim, como todo jovem cometi erros. E realmente foram erros que eu vejo hoje que colocavam minha vida em perigo. Estou falando em dirigir em alta velocidade.
Mesmo relembrando algumas noites que vi o mundo girando pelo efeito do álcool, eu e as pessoas que convivem comigo, podemos afirmar, que eu não gosto de bebedeiras, não gosto de festas do cabide e drogas é algo que pertence a uma clientela que sempre me mantive longe, e logo abaixo falarei deles.
Resumindo... Algumas loucuras, mas sempre tudo com ponderação, um típico quadrado.
Voltando as pesquisas sobre o comportamento "quadradístico", os autores e suas pesquisas revelam que um adulto tem a tendência de ser mais conservador. Mesmo aqueles que eram liberais quando mais jovens, terminam seus dias verdadeiros ditadores.
A violência só cresce. É o preço pela liberdade?
Eu realmente acredito nessas pesquisas. Deixa eu me expor como cobaia. Lá vai...
Padre também apanha
Quando eu era pequeno lá em Sitio Novo (eu sempre quis usar essa frase), com míseros 7 anos de idade, vi a única cena de violência e truculência imposta pela policia em toda a minha vida até a adolescência. Dai pra frente, tudo virou de cabeça para baixo.
Dois sujeitos brigaram com um policial e bateram no homem sem farda. Estamos falando do final dos anos 1970, isso quer dizer tempos de governo militar. Estava com minha família na casa dos meus avós como era de costume aos domingos.
Ao voltarmos para casa no Fusca verde, vimos a Avenida Agamenon Magalhães tomada por carros da polícia (Fuscas) em toda velocidade (Fusca? 60km/h?) na mesma direção da nossa residência. Contando os Fuscas e as Veraneios, eram mais de 50 carros.
Quando meu pai parou na frente da nossa casa, havia um carro da policia (fusca) sendo vigiado por 3 soldados. Era possível ver 2 homens jogados no banco de trás, um por sobre o outro. E no banco de passageiros na frente, um padre.
O padre tentou intervir e evitar que os policiais dessem uma surra nos dois homens. Em resumo, o padre por ter se metido em assuntos de relevância policial/militar, também levou uma sova.
Curiosamente nunca esqueci essa cena. Mas era menos forte que a menina vietnamita queimada por napalm. Como criança, mas muito precoce para aquela idade, acreditava que os sujeitos ali espancados eram bandidos, e inocentemente acreditava que como nos filmes de Tarzan (em preto e branco) ou qualquer um outro da minha infância, bandido tinha mais é que se fud**.
Só quem tem 40 anos ou mais, sabe a grande baboseira que é esse choramingado por liberdade e critica ao governo militar.
Até metade dos anos 80, o povo vivia de fofocas esperando uma revolução que tomasse o poder no Brasil. Uma verdadeira piada.
O estado militar implantado no Brasil que durou do final dos anos 60 até o Diretas Já, onde um presidente eleito, Tancredo Neves, ganhou mais não levou, e até hoje o povo não sabe se ele morreu ou morreram ele.
Os militares não eram bonzinhos. Batiam em teatrologos, artistas, gays (redundância?), e em donas de casas que jogavam bombas em bancos. Mas perai... Quem joga bomba em banco é gente boa?
Claro que não sou a favor de ditaduras, claro que não sou a favor da violência. Mas deixa eu continuar tentando explicar porque eu concordo que envelhecendo ficamos conservadores.
Droga é coisa de otário
Sacou que eu vi um padre cheio de sangue na cara e não tive peninha nenhuma? Isso aos 7 anos.
Pois bem... Aos 17 anos, outra cena que marcou fortemente minha vida:
Trabalhava em um bar/restaurante em frente a dois grandes colégios católicos. Um deles administrado por freiras o outro por padres. Eis que com o restaurante ainda fechado um homem cruza a rua e invade o ambiente. Completamente descontrolado, o senhor balançava a cabeça olhando para baixo e praticamente colidiu em mim. Passou a chorar como um bêbe de 10 meses, com as mãos apoiadas em meus ombros. Tentei acalma-lo mas ele não falava nada audível. Até que um grito primal saiu que dentro de suas entranhas: "Meu filho morreu!"
Aos prantos e já sentado (a força) o homem narra a história enquando adolescentes fardados entravam no restaurante e se posicionavam diante do homem de meia idade que em minutos estava cercado por dezenas de jovens que também choravam.
O filho dele tinha 13 anos. Famoso na escola por ser um excelente nadador e jogador de futebol. O garoto, boy, cercado de amigos e uma família com dinheiro suficiente para bancar uma das escolas mais caras, aceitou experimentar cocaína, se empolgou tanto que cheirou tudo que podia. Morreu se debatendo atrás das grades da sua bela escola. Dizem que não levou mais que 2 minutos para que seu coração parasse e sua língua ficasse exposta junto com sua bába.
Novamente eu me enchia de frieza. Perguntava-me como um cara podia ser tão otário. Eu ali, me matando de trabalhar para comprar revistas especializadas em construção e arquitetura, lutando para fazer uma terrível escola técnica, e o cara com tudo nas mãos, joga fora. Só sentia pena do pai do rapaz. Foi a primeira vez que eu senti o que é uma dor insuportável.
A outra cena que me fez continuar me tornando cada vez mais radical conservador, eu não precisei ver. Li nos jornais e escutei nas rádios. Em Recife mulheres estavam sendo estupradas em ónibus. Não, não eram aqueles ónibus que circulam nas madrugadas. Mulheres foram estupradas a luz do dia, com veículos lotados de passageiros.
Minha atitude? Mudei de cidade, aquilo era o limite para mim. Eu simplesmente passei um dia sem conseguir falar depois que li com todas as letras que: “Uma mulher foi estuprada em um coletivo na frente de dezenas de pessoas”.
Calma, agora o mais surpreendente.
Na minha adolescência até boa parte da fase adulta eu era defensor dos direitos humanos. Acreditava em um mundo melhor, onde as pessoas seriam amigas e ajudariam umas as outras. Acreditava na recuperação de pessoas, que mesmo com tudo contra, poderiam largar suas vidas bandidas e escolher um caminho melhor.Mas eu mudei. Radicalmente.
Atleta do crime
Hoje, dia 7 de julho de 2010, sentado na sala vendo ao noticiário da Rede Globo, escuto o casal Willian Bonner e Fátima Bernardes narrando a prisão do goleiro do Flamengo, Bruno Souza.
A alguns dias quando ouvi pela primeira vez a noticia desse caso, fiquei me perguntando: “Como diabos um sujeito com tantas acusações, mentindo de uma forma tão veemente que uma criança de 5 anos o chamaria de BANDIDO sem pensar muito. Como senhores, como esse MARGINAL tem direito a liberdade, emprego e dinheiro? Como? me digam... Como?
De 10 anos pra cá ninguém mais é BANDIDO, é suspeito.
Deixa eu tentar continuar... Não estou brincando... Fazem 4 horas que vi o Jornal Nacional e ainda estou fumaçando de raiva.
A reportagem segue contando a atuação dos COMPARSAS do Bruno:
O menor de idade junto com o MARGINAL de vulgo "Macarrão" transportaram a amante do goleiro e o bêbe (filho do goleiro BANDIDO). Ela, ameaçada por uma arma de fogo, reagiu e atacou o menor. A arma estava sem balas, e o menor atacou a mulher com coronhadas na cabeça.
A narrativa macabra continua... Lembrem-se, uma pequena criança estava dentro desse carro...Vendo a mãe ser morta.
Os BANDIDOS confessaram que a mulher não morreu com os golpes na cabeça, e foi levada para a casa de mais um COMPARSA. Lá, a mulher foi estrangulada...
Vamos retroceder um pouco. Todo esse escândalo começou porque a jovem Eliza Samudio,
Ele, amigão de BANDIDOS, resolveu "dar um jeito", e junto com seu COMPARSA forçou a Eliza a tomar uma substância que segundo ela mesma, não sabia do que se tratava. Como eles não conseguiram realizar o aborto, a criança veio ao mundo.
A mesma Eliza denunciou o caso a policia e contou a historia a uma pequena emissora de TV. O exame de seu sangue para constatar o uso de substancia abortivo só saiu 8 meses depois. Como isso não ficou claro, acresito que o exame saiu MUITO RÁPIDO após o desaparecimento da moça. Senhores, 8 meses... 8 MESES.
Talvez o goleiro tenha amigos na policia, afinal, todos sabemos que POLÍCIA, JUSTIÇA e POLÍTICA andam de mãos dadas com o crime no Brasil.
Voltando...
E essa mulher, hoje MORTA, continuou mantendo contato com seu PARCEIRO... Lembra lá no inicio, aquelas frases populares que mamãe e papai usavam de mantra o dia inteiro?
“Amigo de bandido é bandido, tudo farinha do mesmo saco”.
Finalmente, depois de apanhar porque ficou grávida. Sofrer uma tentativa de aborto via drogas, ser ameaçada diversas vezes e mesmo assim continuar atrás do seu sonhado plano de vida... Depois de três coronhas, estrangulada, Eliza não tinha mais vida.
Isso minha amiga, eu estava jantando. E ouvindo uma reportagem que não parecia ter fim. Eis que vem isso:
"O menor informou que viu o momento em que "fulano" jogou a "mão" de Eliza para ser comida pelos Rottwelers"
"O resto do corpo foi concretado"
Se você conseguiu ler até aqui, entenda o cronograma desse circo de horrores. Eu sou amante de filmes trash, Gore mesmo... aqueles com bem sangue... Mas entenda... Aquilo é uma brincadeira, um sarro, uma coisa de contra-cultura, uma coisa de quem não é quadrado.
Mas meus amigos... (queria conseguir para de usar reticências, mas não consigo. Muito nervoso) Durante meses, talvez anos, todos esses personagem poderiam ter feito escolhas melhores. Os banidos poderiam querer só dá um susto na vitima, por isso a arma não tinha balas. Mas não, a barbárie foi seguindo, um fluxo quase que extasiante de um filme de terror, e desses que eu me recuso a assistir. Puro sadismo.
Não... o Jornal Nacional ainda não acabou...
O bêbe, filho de um pai MARGINAL, uma mãe VAGABUNDA, agora MORTA, precisa de um novo lar.
Eis que a criança irá ficar aos cuidados do avô, Luiz carlos Samudio, ACUSADO DE ESTUPRAR UMA MENINA DE 10 ANOS...
Que vejam só, ele diz ser FILHA DELE, de um relacionamento extraconjulgal.
Quem não presta, não presta
Senhores, eu cresci assistindo Tarzan, um filme que hoje em dia é politicamente incorreto, já que o Tarzan MATAVA crocodilos e leões de verdade. Coitado dos bichinhos. Mas eu até superei isso, já que Tarzan sempre salvava vidas, inclusive a de seus inimigos. Talvez por isso na minha infância e adolescência eu acreditasse na recuperação das pessoas.
Sabe o que é mais curioso: A violência e as barbáries sempre existiram. Mas se eu visse um carro da policia, eu dizia, é a lei. Se eu visse um sujeito mal encarado eu dizia, é bandido.
Mas quem é quem hoje em dia?
Graças ao meu lado defensor dos direitos humanos e a favor do progresso capitalista, fui chamado de Neoliberal. Mas eu nunca fui muito fã do Fernando Henrique Cardoso, e depois que ele revelou ser a favor da liberação da maconha, realmente comprovei que não sou liberal, neoliberal ou libertário, eu sou muito conservador, e sabe por que?
Quando eu era criança nunca escutei um tiro. Mesmo que todos os jovens de hoje acreditem que a ditadura militar queimava vivo quem vestisse uma camisa anarquista, nunca vi, com exceção desse caso que contei, policiais batendo em quem não merecia. Não... deixa eu explicar melhor... Esse caso que citei os caras mereciam sim! Inclusive o padre.
Estou querendo dizer, que vi vários exemplos, inclusive, dados pelo meu pai, que adorava comprar brigas com os fardados, como se ele podesse ser a pira de uma revolução. Nunca tocaram em um fio de cabelo dele, mesmo ele provocando muito.
E você ainda jovem que não viveu os anos 70 e 80, acredite, nos viramos conservadores em coisas idiotas, como: Nos policiar com as piadas para não sermos presos como racistas, homófobos, xenófobos, etc
Mas ficamos liberais em DROGAS, CORRUPÇÃO, TRAIÇÃO, ALIENAÇÃO, CONSUMISMO e BANDITISMO. E isso não é ser liberal, é ser libertino.
Existe uma conta fácil de fazer. De 1980 para 2010 são 30 anos. Durante esse período a população das capitais brasileiras TRIPLICOU. Evidentemente a criminalidade sofreria o mesmo índice. Então me expliquem por favor, como eu nunca escutei um unico tiro quando era criança. Mas aos 14 anos fui assaltado e os bandidos me mostraram que eu não deveria gritar "pega ladrão", mandaram bala, e fiquei vivo para contar a historia. Hoje, em Recife, se você anda muito de carro ou mora em bairros pobres, ouvirá tiros pelo menos a cada 48 horas e com uma visão treinada, verá assaltos com antecedência. A marginalidade cresce exponencialmente, por "coincidência", como os meios de comunicação.
No tempo que a policia batia até em padre, bandido não aparecia na TV para dar entrevista e ficar rindo, gerando animo para novos criminosos.
Passei a concorda com uma frase que um dia já foi popular:
"Bandido bom é bandido morto"
Mas hoje em dia, parece que ser amigo de bandido da orgulho. Eu tenho nojo dessa lama que o mundo vem se afundando.
Queria que os filmes do Tarantino fossem só ficção.
Queria NÃO acreditar que durante minha vida, o melhor governo que vi no Brasil foi o de Fernando Collor de Melo. Um louco. E que provavelmente foi o que menos roubou, e mais chutou a bunda gente poderosa. Mas você jovem perdido da era Glee, não vai lembrar disso, e muito menos que o pai de Collor, Arnon Afonso de Fárias Mello, em 1963 em um dia de furia, em pleno senado federal matou o senador José Kairala, na tentativa de atingir Silvestre Péricles, seu inimigo. Arnon e seu filho presidente são loucos sim, mas todos sabiam quem eles eram.
Talvez para você leitor, não! mas para mim, vivemos em um mundo sureal, digno de fantasias do Marques de Sade, pior, fantasias não... REALIDADE!
O pai de Collor, mesmo matando uma pessoa, é previsível, um ser errante como qualquer um.
Já figuras ilustres que aparecem abraçados com traficantes, exibindo uma vida de glamour rodeado de escandalos, merecem não só desaparecer da mídia, merecem SUMIR do mundo.
Um sujeito que possui contatos que o levam a um profissional em DESOVA, com cachorros treinados para comer carne humana, ele não passou a ser BANDIDO semana passada. E se eu a duas semanas com pouca informação já sabia que ele era um CRIMINOSO, porque o Flamengo mantém um sujeito desses em seu quadro de funcionário?
Porque a policia não o prendeu antes?
Porque ele tem o direito de viver uma vida boa?
Pois bem, ADORARIA um regime de administração chinesa nesse momento no Brasil.
Juntava todos os envolvidos nesse caso, com direito até aqueles que estavam apenas próximos. Bastava ter falado pelo celular com qualquer um dos envolvidos. Isso daria umas 50... 100 pessoas.
Em uma transmissão AO VIVO, durante a novela das 20:00h, direto da praça do Palácio do Planalto, um FUZILAMENTO com direito a cena do carrasco indo lá enfiar uma bala na cabeça de cada um para confirmar o fim dessas figuras grotescas.
Garanto, a geração seguinte iria ser mais equilibrada.
Eu sou realmente muito quadrado.
2 comentários:
concordo 100%.
Vc simplesmente arrasou!
=D
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