quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Faça Diferente


Eu simplesmente gostaria de falar sobre... Mercado!

As Guerras
O mundo não começou a mudar depois da Internet (como alguns acreditam). A coisa vem um pouco mais de trás, no tempo que a Inglaterra era a maior potencia mundial. Da ilha saiam as grandes multinacionais que passaram a construir tecelagens em todo o planeta, dominar a exportação de todos os produtos que saiam da Índia e Africa. Os ingleses também tentaram dominar o mercado do Japão.

Na época da Primeira e Segunda Guerra, podemos dizer que nenhum dos grandes líderes mundiais eram santos. A disputa pelo poder na era industrial era tão ferrenha quanto as grandes batalhas travadas na era romana ou na idade média.

Já no fim da segunda grande guerra os EUA passaram a ser o grande líder e regente da ordem mundial, mas isso não acalmava o espirito de competição das outras grandes potencias.

Estamos vivendo o segundo milênio da era cristã. Tempo contato a partir da morte de Jesus Cristo.

E o mais incrível, é que mesmo 2011 anos após um cabeludo ser crucificado, simplesmente porque alguém tinha medo de perder seu trono, ainda hoje, as guerras pelo poder continuam a assombrar nosso cambaleante planeta.

Graças a nossa raça, milhares de especies animais e vegetais foram eliminadas, basicamente para dar lugar a plantações e terras improdutivas e que podem em algum momento deixar um ou poucos, ricos.

De onde nasce todo o erro
Não sei se o termo ego advém de egoismo, ou vice-versa.

Segundo a Wikipédia:
"Ego (al. ich, "eu") designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas"
Há muitos anos um amigo me apontou o maior defeito e causa de problemas dentro de uma empresa que trabalhávamos  Segundo a tese dele, nada poderia evoluir naquele lugar, já que o ego dos donos era superior a opinião de qualquer um.

A pior coisa que pode acontecer a uma empresa é ela se manter estável por muito tempo. A segunda, é crescer desenfreadamente por muito tempo. Essas duas situações fazem os administradores acreditarem que o modelo é perfeito, e que tempos ruins nunca virão. Mas eles vem sim, e isso é cíclico.

Um belo exemplo disso é a Nokia. Essa empresa que hoje todos conhecem, mas poucos sabem que começou fabricando papel, sapatos de borracha, armários de madeira até se tornar líder em telefonia celular.

Recentemente a Nokia mostrou porque está viva a 146 anos. Terceirizou o desenvolvimento e suporte do seu sistema operacional, o Symbian, um produto que chegou a ser líder de mercado e em poucos anos passou a ser a maior critica contra a empresa. A Nokia em uma jogada "irracional" para os consultores, gestores e analistas de mercado, deu as mãos a Microsoft e gritou para o mundo ouvir que passaria a produzir todos os seus aparelhos com o Windows Mobile. Se vai dar certo ou não, ainda é cedo para se afirmar. Porém, antes mesmo de chegar ao mercado, o N950 já é um sonho de consumo para os mesmo que são críticos da empresa. E como grandes não são dóceis ou dormem no ponto, a gigante finlandesa armou outra surpresa, o N9, um smartphone que não é Windows, Android ou Symbian, e sim um legitimo MeeGo, um OS OpenSource que tem chances - depois desse dispositivo - de fazer barulho em um ambiente já muito competitivo.

Sabe o que existe em comum entre a Nokia, Google e Patagonia?
As duas primeiras são gigantes, a ultima é uma empresa média, que consegue sobreviver com um crescimento planejado e controlado. Todos querem lucro, todos querem crescer, mas em comum mesmo essas empresas tem a capacidade de ouvir seus clientes, e chama-se cliente aquele que compra seu produto, isso inclui (é lógico) seus próprios funcionários.

Em tempos de serviços e produtos grátis ou a preços muito baratos, os vencedores estão coletando dados, entendendo a preferencia do público e dando ouvidos a todos. Mas para filtras as informações mantendo a coerência com os anseios da maioria, uma empresa não pode ter ego, tem que agir como a Nokia, baixar a cabeça e entender onde está o errado, apontar a solução e gritar para o mundo para onde está seguindo. Se houver uma sinergia e seus seguidores passarem a apoiar, o resultado positivo já pode ser previsto.

Outra coisa em comum nas empresas que estão dando certo é a velocidade com que elas respondem as variações do mercado. As empresas que se focam em seu "core business" tem mais chances de serem melhores no que fazem. Grandes empresas que possuem dezenas ou centenas de distintas linhas de produção possuem executivos de alto nível que gerenciam suas unidades com o mesmo senso comum da matriz, porém com sua respectiva liberdade e atuação setorial. Se uma das unidades der prejuízo, as demais suprem a deficiência, como um organismo vivo, agindo em defesa do fortalecimento e unidade do conjunto.

Empresas novas (lembrem-se, a Nokia tem 146 anos), tem a tendencia de acreditarem que já conseguiram a estabilidade, e passam a investir fora do seu "core business". O ego age nas mentes de seus administradores, que acreditam já ter a formula do sucesso. Na maioria das vezes, o prejuízo financeiro é menor que a energia (tempo, pessoas, sinergia, etc) gasta. Rapidamente essas empresas voltam ao seu ponto de partida, e começam tudo novamente, em novas aventuras ou se centrando no que elas já conhecem bem. Claro, as chances de uma empresa centrada dar certo são maiores.

A Nokia mudou de ramo várias vezes, mas nunca abandonou seu "core business". Para sair da fabricação de papel e ir fabricar borracha, foram mais de 30 anos. Nos dias atuais, as mudanças não podem esperar 30 anos. Vide o Google que resolveu comprar a Motorola apenas duas semanas após se ver acuado por competidores.

É melhor aprender com os erros... Dos outros
Infelizmente só vivemos até 8 décadas, e não sobra tempo para aprender tudo e ser rápido o suficiente.
Os Estados Unidos serviram de espelho para o mundo por 100 anos. Pessoas morrem de câncer graças ao marketing do cigarro, por um grande período era a marca do sucesso, imposto por Hollywood.  Todos acham bonito atitudes de caridade e a defesa da natureza, mas ninguém deixa de querer ter um carro (o maior possível) ou não usar uma bola de futebol porque foi feita com mão de obra escrava.

Os EUA podem não ter cometido apenas erros. O mundo deve muito a eles, para o bem ou para o mal.
Os americanos são famosos por suas reviravoltas. Quanto antes eles jogarem o ego no lixo, melhor.

Mas você ai, leitor(a), teima em imitar modelos de negócios que deram errado e aparentemente dão certo, egoistamente só para poucos.

Mude, inove, mas siga o exemplo de quem está ganhando. Aqueles que houvem seus clientes, como a Google, Nokia e Patagonia.

Ou você pode preferir ser como a Inglaterra, Estados Unidos ou China, ser grande, poluir muito, matar muito, e no final da vida descobrir que poderia ter feito mais e melhor, bastava ouvir.

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