terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Progressivo morre


Esses últimos dias eu tenho falado muito sobre as injustiças relativas a reconhecimento de figuras que mudaram o mundo.

Ontem (15/09/2008) saiu mais um para tirar a dúvida se existe vida depois da vida (ou da morte?), Richard Wright, pianista/tecladista do Pink Floyd.

Muitos irão falar:
_Mas tecladista? Faz falta não! Chama o cãozinho dos teclados que da no mesmo.
(Se você falar isso na minha cara, ao vivo, espero que você tenha um bom plano de saúde)

Richard Wright é um dos membros fundadores do Pink Floyd, uma banda que faz jovens de 14 anos de idade gritarem mentalmente palavrões mil, odiando ter nascido nesse tempo de músicas baixadas a custo zero(zero de prazer também).

Não vi nenhum comentário sobre a real importância desse mestre dos teclados. Pura injustiça, e não posso deixar isso em branco.

O Pink Floyd, junto com Emerson, Lake & Palmer e The Alan Parsons Project, não só inseriram o uso intensivo de teclados no rock, como trabalharam na eletrônica do equipamento.

No final dos anos 60, música eletrônica era coisa de alemão, e o Kraftwerk foi quem começou a soldar fios e testar capacitores (válvulas?) para tirar um som maneiro daquele piano elétrico.

Quem se tornou orientador de todos esses tecladista foi o engenheiro de som Alan Parsons, um cara que está por traz do Abbey Road dos Beatles e The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd. Esse senhor é dono da maior discografia de Rock Progressivo do universo, e seu nome deve fazer senhoras que hoje estão na casa dos 60 anos ficarem de calcinhas molhadas e pensarem: “ai como era bom meu LSD”.

Outros tecladistas que você só vai conhecer se tiver um tio doidão ou for ávido por historia da música são os intocáveis, Kitaro (o modesto) e Vangelis (o arrogante).

Somando todos esses nomes que citei, você irá conseguir correlacionar TODOS os famosos (ou não) do rock progressivo e pop moderno até os anos 90 (porque depois dos 90 o mundo acabou, só ficou faltando enterrar, e já tá fedendo).

Minha senhora, não, eu não esqueci de citar Richard Clayderman (ele não merece entrar nessa lista). Esqueci de citar Andreas Vollenweider e Jean Michael Jarre

Referências para você que não gosta de NX Zero:
(O que? Você não sabe o que é NX Zero? Tá, eu também não)

Richard Wright (Inglaterra 1943 - 2008)
Pink Floyd – A banda (1965 – 1994)
Emerson, Lake & Palmer – Keith Emerson (Inglaterra 1944 - ?)
The Alan Parsons Project – Alan Parsons (Inglaterra 1948 - ?)
Kraftwerk – A banda (1970 - ?)
Kitaro ( Japão 1953 - ?)
Vangelis (Grécia 1943 - ?)
Andreas Vollenweider (Suíça 1953 - ?)
Jean Michael Jarre (França 1948 - ?)

Alguns podem reclamar porque não entrou na lista tecladistas nacionais, como Egberto Gismonti (1947 - ?)... Apesar de ter 4 CDs do referido artista, que sim, merece todo respeito, ele não tem o mesmo nível dos gringos listados.

Não se preocupem nacionalista de plantão, quando algum dos meus preferidos guitarristas bater as botas, irei colocar no TOP LIST, mestre Robertinho do Recife, simplesmente o melhor guitarrista de todos os tempos, e não estou falando do bananal patropi, é do mundo mesmo.

Injustiças não param de me vir a cabeça...
Você ai apreciador de Rock Progressivo, já escutou musica Armorial?

E depois vem me chamar de americanizado...
Globalizado, fiú! (fiú = filho em nordestines), pode chamar de pobre globalizado do submundo esquecido.

Richard, bota pra F. ai no inferno, dia desses apareço por ai!



Tenho certeza que essa era a preferida dele:


15 comentários:

Flávia disse...

Cara, eu adorva o Jarre. Aquela Rendez-Vous... eu pirava. E olha que tinha nem 12 anos quando ouvi.

Agora me diz se a vida não é mesmo mazelenta: em um mundo onde existem acidentes ecológicos como o cãozinhos dos teclados e o moranguinho do nordeste, nós perdemos um raro espécime pinkfloydiano, coisa rara, coisa rara. Ainda bem que essas raridades têm a prerrogativa da imortalidade - ao menos nesse nosso mortal coração de fãs.

E eu nem precisei de um tio doidão pra conhecer Kitaro e Vangelis - serei eu a insana da família?

Beijão, filhão :)

Flávia disse...

Que p* é aquele "adorva" que eu escrevi lá em cima???

Pessoas, leiam ADORAVA.

Beijos mais!

Anônimo disse...

Lembrei do teu comentário no Vinil, quando li esse texto: http://www.rollingstone.com.br/materia.aspx?idItem=3496

PF é muito bom!

(...)

Como auto-comentei no meu blog, spam's podem ser legais hahaha :)

Eu tento ser. Bacana que tenha gostado do contato, guri. De verdade.

Quanto à música, apesar do texto sobre o I'm From Barcelona, eu tô numa 'vibe' um bocado black music das antigas. Ouvindo Marvin Gaye (meu preferido) como se não houvesse ao amanhã. Logo menos, rola um post sobre o mestre

Beijo.

Chantinon disse...

Flavinha! Você é mais uma alma salva :)

Talita,
Tem uma parte do texto que falo das ligações entre esses nomes que citei e TUDO que existiu e existe na música até hoje.
Se você começou a ouvir Marvin Gaye, vai chegar em Isaac Hayes, que é o negão mais destruidor de metais do mundo. Ouvir o som da sua banda é o mesmo que se jogar em botecos badalados dos anos 70.

Acordei ao som de Ten, o melhor disco do Pearl Jam.
É tão vísceral que você chega a ter dor de barriga transmitida pelo Eddie.

(1992 - Que ano meu Deus!!! Que ano)

Sunflower disse...

eu soube que ele morreu. Achei uma lástima. Mas eu não sou muito Pink Floydiana. Gosto, mas não é assim pra mim o que o Led é.

beijas.

Deftones disse...

Richard Wright era um cara muito fuderoso mesmo, assim como todo o Pink Floyd; o Roger Waters hoje paga os pecados por precisar ser acompanhado de vários guitarristas para conseguirem fazer o que o Gilmour fazia sozinho... E o que as bandas progressivas contemporâneas conseguiram foi algo digno de aplausos milenares... O Yes, o Focus, o ELP... O Keith Emerson, aliás, como você bem disse, foi foda nessa questão do pioneirismo... Esse tecladista brasileiro, o Gismonti, não conhecia além do nome, nunca ouvi, sequer sabia a que geração da nossa música pertencia... Depois de ter lido aqui e na Wikipedia, acho que procurarei conhecer... Essa tua postagem foi simbólica, o rock progressivo precisa de memória - e se tivesse gente pra continuar a fazê-lo, melhor ainda seria... É preciso garimpar e muito!

Valeu grande, saudações floydianas!

Chantinon disse...

Leon,

Escute "God is an Astronalt" e "Anathema"
É a prova que o progressivo não morre. Pode viver de migalhas, mas não morre.

Chantinon disse...

AS TRO NAUT :)

Anônimo disse...

A semana black music rendeu post mesmo :)

Mas, agora de manhã, de uma vontade de ouvir Feist. Não sei pq!

Fiquei curiosa pra ouvir o negão-destruidor-do-metal ;)

Beijo. Ótima sexta pra ti.

Anônimo disse...

Claro que conheço o som do Isaac. Gênio! Ele tem música no Kill Bill. Yay! Melhor lembrança-sugestão da semana (p/ fim de semana).

Unknown disse...

Concordo com quase tudo que vcê escreveu, só tenho ressalvas qto ao esquecimento do Rick Wakeman, ou ele não merece citação como um grande tecladista? Richard Wright sempre foi muito discreto, mas nem por isso, menos talentoso, assim como o Tony Banks, do Gênesis, mas gosto é gosto e respeito todos.
Um abraço e parabéns pelo Blog.

Chantinon disse...

klauss,
Vc tem toda razão.
Eu particularmente não curto o trabalho do Rick Wakeman, e nunca fiz estudos profundos.
Mas faltou o nome dele ai na lista.
Já o tecladista do Genesis eu nem sabia o nome.
Errei feio mesmo, já que a família Wakeman tem uma historia legal, incluindo o "Yes", uma banda que é tão boa que vou ter que tirar férias só para escutar tudo deles. :)

Anônimo disse...

Não falei que Marvi ia render algo além de uma semana à la r&b? :)

http://vinilliterario.wordpress.com/2008/09/20/sexual-healing/

Anônimo disse...

Massa o texto...

Mas dizer que Egberto Gismonti
não tem o mesmo nível é praticamente
ir contra o PRÓPRIO texto...
Rasgar o motivo de tudo o que está
escrito em migalhas.

Chantinon disse...

Anônimo,
Isso é uma opinião pessoal.
Não sou um Fidel Castro do pensamento/conhecimento universal :)