quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Black Swan - Aula de psicologia do Prof. Darren Aronofsky

Este na verdade deveria ser o terceiro post do ano... (Os outros dois ficaram muito agressivos e estão suspensos momentaneamente)
Vamos lá...

Black Swan

Graças as maravilhas do mundo internético, assisti Black Swan, que só deve chegar aos cinemas nacionais em 11 de fevereiro. O titulo por aqui deve ser Cisne Negro, isso se não surgir algum nome como "Lago dos Cisnes", "Dançarina" ou "Pato Preto" (Juro que eu estava tentando ser engraçado).

Como é de costume, procuro não me informar muito sobre filmes, fico a espera das surpresas. E pelo trailler fiquei com a impressão que o Vincent Cassel vestiria seu papel de sempre, homem mal.

Mas na verdade o filme é um thriller baseado em um drama psicológico. Calma, não irei contar a história, mas acho que é o primeiro filme do Darren Aronofsky que em 15 minutos já dá para saber o final. E se você conhece a história do balé "Lago dos Cisnes" do russo Tchaikovsky, ai o filme perde por completo a graça.

Mas perai?
Darren Aronofsky não é o mesmo cara de Requiem for a Dream?
O mesmo de Pi e O Lutador?
Do apaixonante e embriagante Fonte da Vida?
Como diabos esse cara fez um filme que em 15 minutos perde a graça e já sabemos o final? E pior, como um filme que promete levar a Natalie Portman a concorrer a um Oscar pode ser ruim?

Ai eu pergunto: Onde foi que falei que era ruim?

O filme é mais um chute no meio das pernas da sociedade. Muito provavelmente será um fracasso nos cinemas. Pessoas sairão da sala na primeira meia hora. E tudo porque ninguém suporta ver o delineado do sofrimento alheio (ainda mais sendo a gatíssima Natalie).

Eu já estava achando que vejo coisas demais onde não existem. tratei logo de diagnosticar mais uma portadora da Sindrome de Borderline (a personagem Nina), uma doença mental que não se herda da família, mas que surge devorando a vida de pessoas (mulheres principalmente) modernas. Mas outros tiveram a mesma opinião, inclusive em um blog de psicologia e outro sujeito que chegou a argumentar um diagnostico.

É um assunto tão delicado e complexo, e minha opinião é tão insignificante, que prefiro aguardar isso virar assunto na TV, mesmo sabendo que é um problema de escala mundial e nada será feito.

Mas o Darren tem essa sensibilidade e paciência. Ele tenta exibir na tela com imagens e áudio (e o som para ele é deveras importante) os erros de um mundo complexo. Ele usou quase a mesma receita em Réquiem para um Sonho, onde uma bela garota (Jennifer Connelly) acompanhada de seu namorado cúmplice, se jogam no mundo das drogas.

Em O Lutador Mickey Rourke faz o papel dele mesmo, e a aula mais uma vez é sobre o devaneio das drogas, só que com singelas pinceladas de azar, erros e amostras de como é difícil sair da lama depois do sujeito se atolar até o pescoço.

A trilha sonora deve ter sido um desafio para o Clint Mansell, que assina as músicas nos trabalhos do Darren, como a maravilhosa OST de Fonte da Vida (e todos os filmes citados). Ele conseguiu deixar o eletrônico de lado e compos em cima da famosa obra de Tchaikovsky, uma trilha que dá a ansiedade e o drama necessários, em um raro caso onde você se coloca em dois três mundos paralelos, o do autor e o da personagem principal. Conseguir isso em um filme que aborda um drama psicótico, é merecedor de aplausos de pé.

As meninas mais desatentas (e sapatas) irão achar calientes as cenas de sexo entre a Mila Kunis e a Natalie Portman, porém, mesmo um macho babão por cenas lésbicas, irá se tocar que tudo aquilo é muito estranho e confuso. Outra cena que deve ser muito comentada pelos tarados (hummmm) é o momento que a Nina faz justiça com as próprias mãos (Isso mesmo, masturbação)... Se eu contar mais perde a graça e a frustração.


Pode ir conferir no cinema, é um marco na carreira da Natalie Portman e do Darren Aronofsky. Eles conseguiram criar um ambiente impossível de explicar o tamanho das correlações quase que científicas, um verdadeiro laboratório de psicologia do Dr.Philip Zimbardo.

PS: A Winona Ryder está irreconhecível no papel de Beth Macintyre, a bailarina que ficou velha e agora ofuscada por uma "novata". Mais pano de fundo para debates... Esse Darren é fod*!



2 comentários:

Lilian Barbosa disse...

Eu fico impressionada com seu blog! Sempre que venho aqui, acabo me achando mega limitada e desinformada.

Quanto conhecimento de cinema, de teatro, de artistas, de balé, de tudo!

O único filme que vi que tinha balé foi "Barbie em Lago dos Cisnes". Tá, desculpe a "inguinorânça"! :-p

De qualquer forma, ficarei atenta a este filme indicado, que só deve sair em fevereiro. Vou esperar o tal do Pato Preto.

juro que tentei ser engraçada [2]

Abração.

Ps: Por CULPA SUA, acelerei minha atualização ao blog. Está lá um texto. Agora, talvez, só postarei de novo ano que vem. Risos.

Chantinon disse...

Deixa disso Lilian :)
Todo sujeito que é viciado em cinema e música termina tendo contato com balé e opera, devido a música clássica.
E tô feliz em me sentir culpado!
Bjs!