Poucas vezes paro para escrever sobre tecnologia. Mais uma vez esse meu lado anarquista me leva a falar sobre qualquer coisa, menos o meio pelo qual consigo as notas de papel que dão acesso aos maravilhosos bens de consumo moderno, e outros nem tão modernos.
Já pensei em fazer uma descrição/currículo da minha história profissional e artística que andam lado a lado com o mercado da tecnologia, porém isso iria ser enfadonho… Melhor deixar essa lengalenga para os coitados dos meus clientes.
Pois bem, já falei aqui nesse espaço sobre tecnologia sim, e acredito que foi o Post que mais me esforcei em divulgá-lo, já que na minha visão o assunto era de interesse público. Mas acho que o público gosta mesmo é de Big Brother, e não tiveram tempo para ler algo tão banal como Clusters de computadores, redes de alta velocidade ou ciência disruptiva.
As pessoas nem sabem, mas o termo disruptiva está associado a tudo que é realmente importante na evolução da tecnologia ou mesmo da humanidade.
Tive um choque quando descobri que alguém procurou no Google o termo “ciência disruptiva”, e a única fonte em toda a internet foi o texto que escrevi em 12 de julho de 2005, com o título nada hi-tech de “Vamos Viajar…”
Fiquei coçando a cabeça e resolvi procurar o assunto em inglês ("disruptive science"), o Google achou 243 páginas. Nossa! Muito pouco. Será que ninguém no mundo percebeu que nos últimos 2 séculos a ciência disruptiva fez tudo que estava em baixo saltar para o topo?
Vasculhando mais, notei que no Wikipédia não existem referências ao assunto (ciência disruptiva) em português, mas tem uma descrição de “Selecção disruptiva” que achei fantasticamente simples e clara:
Em evolução, a selecção disruptiva é um tipo de selecção natural que simultaneamente favorece os indivíduos nos extremos da distribuição normal. Quando este processo opera, os indivíduos nos extremos da distribuição (em menor quantidade) tendem a produzir maior descendência do que aqueles no centro da distribuição.
Com o gráfico fica mais fácil ainda:
Na Wikipédia em inglês tem tudo explicadinho sobre o assunto (Disruptive technology), que posso resumir assim:
Uma Tecnologia Disruptiva ou Inovação Disruptiva é uma inovação tecnológica, produto ou serviço que ultrapassa uma tecnologia dominante existente. Exemplos de tecnologias que mudaram a historia e causaram uma abrupta mudança: os carros que substituíram as carroças, os CDs que acabaram com os discos de vinil, as câmeras digitais que mataram o filme fotográfico. Agora, dá para entender como o assunto é importante?
Olhe o gráfico e veja como essa mudança anda a passos largos:
Por favor me explique como algo tão fantástico (Ciência Disruptiva) não tem descrição em português ou inglês no Wikipédia?
Se as Tecnologias Disruptivas são a força motora de toda nossa evolução, deveríamos dar mais atenção ao estudo dessas mudanças (Ciência Disruptiva). O curioso é que só acordamos para o fato de que a evolução pode ser medida recentemente. Foi em 1995 que Clayton M. Christensen em seu artigo “Disruptive Technologies: Catching the Wave” com o co-autor Joseph Bower criou o termo, que foi base para seu livro de 1997: The Innovator's Dilemma.
Nos próximos anos, empresas como IBM e Microsoft tentarão criar formulas que possam medir as chances de sucesso das suas inovações e quanto isso irá influenciar a vida das pessoas. Tudo pelo bom e velho capitalismo, ou atualmente, Ultra Capitalismo.
Enquanto isso, o Google, Yahoo, Joost, Skype entre outros, chegam na frente, inovando e criando legiões de fãns, oferecendo diversão, ferramentas colaborativas e conhecimento para um público essencialmente formador de opinião. Vai ser difícil quando a Microsoft e a IBM chegarem a conclusão que elas ficaram no passado (Isso deve demorar, mas acontecerá).
Hoje com o Ultra Capitalismo a evolução não é mais algo tênue, é simplesmente uma esfera gigante de chumbo atirada de um avião.
Como é impossível deter essa locomotiva que é a raça humana, melhor você estar preparado, pelo menos agora você sabe o que é Ciência Disruptiva.
Como é sempre bom ouvir opiniões contraditorias, o John Devorak pensa diferente.
Um comentário:
Eu não conhecia o termo "técnologia disruptiva" e achei bastante interessante. É impressionante também saber sobre a falta de informação na internet sobre esse assunto..., é como pesquisar e não encontrar uma definição para "roda".
Acho que sobrou para você escrever uma página sobre isso no Wikipedia hehe
Valeu pela dica, talvez eu migre para o blogger.
Ah, e vou procurar ouvir a Shelley Harland, fiquei curioso.
Postar um comentário